Treinar, correr e aprender. Cumprido o grande objectivo de 2015, a participação na Maratona de Nova Iorque, quais os ensinamentos mais importantes que retive de todo o processo? Escolhi dez, aqueles que do meu ponto de vista fizeram a diferença pela positiva (na corrida e na vida…)
1- Fazer/confirmar a inscrição no evento imediatamente a seguir à tomada de decisão;
Pelo impacto psicológico e pelo comprometimento daí decorrentes.
2- Ter um plano de treinos realista;
Adequado às capacidades físicas e disponibilidade de tempo. E ter em conta que, no limite, é melhor ter um mau plano do que não ter plano nenhum.
3- Estar preparado para fazer alguns muitos os necessários ajustes no dia-a-dia;
Cumprir um plano de treinos para uma prova exigente como a maratona implica sacrifícios, tanto a nível pessoal como profissional. Mas por mais importante que seja o projecto não podemos viver só em função dele. Não é a corrida que me põe a comida na mesa nem me paga as contas…
4- Adoptar um objectivo alcançável;
Pode ser simplesmente terminar, baixar das 6, 5 ou 4 horas, o que for! Tem é que ser realista e ajustado à capacidade individual de cada um. Conhecedor do grau de dificuldade da prova fui para a mesma com 3 cenários em mente: bom (4h05 – 4h10), óptimo (3h56 – 4h04) e excelente (<3h55). Todos positivos pois terminar uma maratona, independentemente do tempo obtido, já é uma vitória em si mesmo. Tudo o resto seria menosprezar o esforço e os sacrifícios feitos ao longo dos meses de treino, uma desconsideração comigo e com todos aqueles que me aturaram durante esse período.
5- Complementar o treino de corrida com outras actividades aeróbicas e/ou holísticas;
Treino funcional, natação, condicionamento total, body pump, pilates, body balance, yoga. Qualquer actividade que complemente a corrida e trabalhe outros grupos musculares.
6- Incluir uma rotina periódica de alongamentos;
Fundamental após cada treino. Alongar para manter os músculos mais elásticos, prevenindo lesões. Pilates sempre que possível pelos efeitos benéficos a nível postural e da respiração.
7- Massagem desportiva e/ou de recuperação;
Conhecer um massagista/fisioterapeuta desportivo é como ter um seguro de saúde. Há uma altura em que vamos (inevitavelmente) ter que recorrer a ele. O ideal é fazer regularmente e com carácter preventivo.
8- Ouvir o corpo;
Descansar é parte integrante e fundamental de qualquer plano de treinos. Forçar para além dos nossos limites é meio caminho andado para lado nenhum.
9- Regime alimentar adequado;
Somos aquilo que comemos. Variedade e equilíbrio são essenciais.
10- Suplementos multi-vitamínicos;
Vitaminas, sais minerais, oligo-elementos e anti-oxidantes. A alimentação no dia-a-dia nem sempre aporta as doses necessárias destes nutrientes. A toma periódica de um suplemento ajuda a combater o enorme stress oxidativo a que o organismo é submetido, e contribui para reforçar as defesas do mesmo.
“Ter clareza de propósitos e de objectivos, paixão pelo que se faz e coragem para fazer escolhas e segui-las, mesmo que aos outros pareça estranho. Em resumo, determinação e disciplina.”
As palavras são de Cathy O´Dowd, a primeira mulher a escalar o Everest pelas vertentes norte (25 de Maio 96) e sul (29 de Maio de 99).